Descrever momentos? Às vezes nem da vontade de analisá-la, mas, sinto que preciso
escrever algo a respeito, até mesmo porque se um dia eu já não encontrar
sentido nisso eu sentirei através deste o quanto tudo isso um dia fez sentido.
Tentar entender tudo não é bom. Não sei se ainda existe alguém que pense como
eu neste aspecto, mas existem momentos que a meu ver não requerem explicações, uns
por que não têm explicação, outros porque não precisam, e por mais estranho que
seja tudo parece se encaixar muito bem nestes parâmetros. Com ou sem
explicação, vou tentar descrever o que se passa, descreverei.
Um
andar leve, um olhar que procura, corpo calmo e mente confusa. Sentada no banco
de algum lugar como se à espera de alguém, como se essa chuva não fosse um dia
passar, como se tudo não pudesse ser resolvido com um desabafo, e pudesse ser
definido com aquela fuga, aquele gelo, aquela quebra ou será medo? Incerteza talvez.
E aquela paz, tranquilidade, força, coragem, indiferença e aquelas palavras,
ah! Aquelas palavras, como poderiam ter sido outras palavras e teriam outros
gestos, outros olhares, outras formas, outras certezas, ou apenas uma certeza,
a de que tudo isso têm sim explicação.
Descrevo
agora uma concentração extrema, como se a vida pedisse mais. Em mim entendo algo,
mas e lá o que se passa? E se não se passar nada? Como será? Uma queda,
decepção, ou só mais uma certeza de que tudo não passou de mera ilusão, coisa
sem sentido, e seria preciso mudar toda uma forma de ser, e tudo aquilo que um
dia tirou ‘pés do chão’ será ignorado, será desfeito e esquecido. Os meses
estão a passar, e em três meses o futuro pode chegar com as mesmas incertezas,
com uma certeza ou com várias certezas de um outro futuro. À distância, a perda,
o ganho, encontro, reencontro, despedidas e a volta, ou definitiva partida, o
fim, a explicação de tudo.
Por
que não entender que é o que parece ser? Porque pode não ser, mas é! E algo se
faz perceber que gestos e olhares dizem muito a respeito do que sentimos, do
que do vai acontecer, volto a falar da força, da energia, da paz, sei lá, do
que vem quando tenta se achar sentido. Das diferenças, ou das igualdade que
grita mais, da indiferença das opiniões contrárias, e de tudo que vai se
modificar, que vai ficar, que se vai. Das razões pra nunca esquecer, do que se
fez e não se fez. Detalhes, olhares, e busca de razão para o que não tem
explicação;
(Senta aí e escuta!)

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