Não sei falar de amor, mas parece que amor
liberta não é isso? Vejo os amantes sentirem-se tão leves, tão
inocentes, tão soltos. Parece liberdade! Eles correm, chutam latas,
enfrentam filas rindo, cada um de um lado diferente da cidade; escutam
incontáveis músicas em 30 minutos, ou escutam a mesma música 30 vezes.
Parece que o amor é solidário, tem sempre aquele cuidado, cuidado de
proteção, de confiança, de atenção! Teve tanto cuidado quem inventou o
amor, que cuidou de fazê-lo em várias formas para que caiba em todo
mundo. Não sei não! Mas, amor não tem poder de escolha, não escolhe
praça, nem raça, não bebe apenas em taça, vinhos, sucos, cachaças. Amor
não tem gênero já reparam? Eu penso que amor é sublime, é total, é
geral. Amor é integridade, sinto que amor não precisa de tampas,
remendos, portas fechadas, grades, correntes e cadeados. Amor é porta
aberta, e se deixa de ser assim tornam-se os amantes prisioneiros em si
mesmo. Vejo tanta gente triste, amarga, perdida e enclausurada nos
lugares, sem fé, sem riso no rosto e sem asas no coração, e entendam uma
coisa: os que têm asas ao coração descobrem a cada instante o
verdadeiro sentido da vida, porque parece que a gente só ama, se a gente
amar a si mesmo, se estivermos plenos da paixão por aquela pessoa que a
gente enxerga no espelho. Amor não precisa de regras, as regras só
servem pra jogos, e nos jogos sempre tem um vencedor e um perdedor, já o
amor foi feito para as pessoas ganharem, juntas ou separadas, mas amor
completa, faz crescer. Vejo os casais que andam de mãos dadas pelo
prazer de estarem juntos, pelo calor, pela humildade, pela divisão de
forças; outros dão-se as mãos pelo medo de perder, pela desconfiança,
por inverdades, e frágeis ilusões. Acho que amor é feito de açúcar, uns
aproveitam apenas sua doçura, outros vivem sua fragilidade o deixam
derreter.
Não sei falar de amor, mas parece que amor liberta não é isso?
Haia Saer.
Não sei falar de amor, mas parece que amor liberta não é isso?
Haia Saer.

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