A paixão é mesmo
muito estranha, é devastadora, engana, rouba e banaliza. Não estou aqui para
massacrar este sentimento tão comum e tão bom, somos eternos apaixonados, ou
por alguém, pelas coisas ou pela vida, quem sabe? Tampouco se trata de papo de solteira
ou mesmo de quem acabou de terminar um relacionamento. Não mesmo, não me
encaixo em nenhuma destas duas últimas situações, a questão é que resolvi
sentar e escutar um pouco daquilo que corremos grande risco de perder quando
estamos apaixonados: os nossos princípios.
Estou cansada de
saber que os tempos hoje são outros, isso é óbvio minha gente! Afinal é meu
tempo também, vale ressaltar que nasci em 1992 e não existem muitas diferenças
para os que nasceram dois ou três anos depois de mim. No entanto comparando a
época de nossos avós e pais tudo mudou; mas isso não nos dá o direito de
sairmos fazendo aquilo que temos vontade só porque não seremos julgados e
condenados na cruz. Observo que muita gente procura aceitação; onde quer que
ande busca uma vez por outra fazer-se cordial mesmo não sendo, depois cobre-se
com a capa do cinismo e esquece-se dos princípios, e o pior não é isso, o pior
é não respeitar os princípios dos outros.
Pois bem, não me
importa muito a autofalsidade dos outros, a questão é: a perca dos valores quando
nos julgamos apaixonados, quando nos aceitamos entregues a outro, quando nos
deparamos com aquelas lindas sensações que nos tiram os pés do chão, que nos
fazem andar nas nuvens e que nos fazem acreditar que as nuvens são algodão
doce. Não são! E acreditem: mesmo apaixonados isso é fácil de ser reconhecido. Quando
passamos a fazer parte do universo de outra pessoa, é necessário que nos
adaptemos a sua cultura, e mesmo estando esta pessoa também enfeitiçada, é
necessário conhecer e respeitar os padrões de vida da mesma, vivenciando ambos
uma relação de bom senso; uma casa, um ambiente, uma família, possui suas
regras, seus valores, não podemos ter a liberdade para tudo se nem ao menos
conquistamos ainda a liberdade de abrir a geladeira, ou entrar sem bater. Se
você não tem princípios, se isso não lhe foi ensinado em casa, respeite a casa
dos outros.
Paixão é muito bom
meu povo, mas não precisamos nos vendar e andar feitos tolos por aí, e o
amanhã? E os outros? Como ficam? Você é livre pra beijar, paparicar, morder,
fazer biquinho, falar com voz de neném, mas por favor convenhamos, vamos
respeitar os que não precisam fazer parte deste espetáculo, ou vamos fazer o
espetáculo no seu devido lugar: no circo, aí é só achar o lugar certo e baixar
a lona! E quanto à paixão avassaladora capaz de ultrapassar os limites da ética
e do bom senso, um aviso: “Rapadura é doce, mas não é mole não”, e outra coisa
mesmo sendo ela tão dura uma hora pode virar pó.
Respeitem os cabelos
brancos ao menos.
Ah, senta aí e escuta!
Por: Haia Saer

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